eu tento escrever pra me entender enquanto sentido fizer
eu tento (ainda tento) escrever pra entender escrever pra me
tento escrever (ainda) tento pra escrever
entender enquanto ainda (tento) escrita
ainda tento escrita entendo (entendo)
escrita tentativa ainda entendo
ainda
não
entendo
16.9.15
14.9.15
12.9.15
passo os dias esperando esperando esperando os fracassos a concretizarem-se
(preciso sempre ser a personagem de meus pensamentos?)
enquanto fito obrigações auto-impostas
(eu poderia moldar essas questões em outros cenários)
por um tipo de ideia do que precisaria ser
(em outros tempos)
para ser quem quer que queira eu
(noutros meios)
ser
foco para apreender a realidade transformando-a a meu prazer
disciplina para treinar minha natureza direcionando-a ao ocaso
vontade para continuar errando
vida pra seguir vivendo
(preciso sempre ser a personagem de meus pensamentos?)
enquanto fito obrigações auto-impostas
(eu poderia moldar essas questões em outros cenários)
por um tipo de ideia do que precisaria ser
(em outros tempos)
para ser quem quer que queira eu
(noutros meios)
ser
foco para apreender a realidade transformando-a a meu prazer
disciplina para treinar minha natureza direcionando-a ao ocaso
vontade para continuar errando
vida pra seguir vivendo
basta simplesmente se importar?
é suficientemente legítimo agregar um valor identitário por uma causa simplesmente
se importando?
ou seria um tipo de apropriação sociológica dos dramas mundiais
importar-se com um fato
dramático?
basta simplesmente se importar com a miséria dos dias, a miséria dos dramas, da filosofia
ou precisamos preciso
precisamente
mudar?
se mudança ocorre, digamos,
o fim do tabagismo
e perco portanto minha identidade fumante
vale mais o bem da saúde coletiva ou o que chamo de meu momento de reflexão
minha pausa sem razão em meio ao caos urbano de uma periferia de globo qualquer
na qual os passos transeuntes apenas justificam-se com um fim, um destino
nunca um meio?
vale mais o fim do machismo
da homofobia da transfobia
ou a luta diária de militantes sem fim
por um sonho de realidade jamais opressiva?
retiramos da rotina o ódio, o ardor
retiramos dessa existência terrena todas as oposições que nos fazem nós mesm-s
algo de diferente
algo de singular
seremos, portanto,
singulares em nossas existências?
únicos em nossos paradigmas?
felizes em nossos dramas?
ou precisaremos sempre de outro outro outro
drama, paradigma,
outra existência opressora que justifique pecados capitais doses diárias de erro e resposta e cataclismos e genocídios enfim;
precisamos da opressão para que a beleza afinal resista
ou aniquilamos esse paradoxo derradeiro
em vistas a um todo igual
perante o fatídico fim humano:
não há sentido.
não há caminho.
(sigo apropriando-me de palavras em articulações desconexas criando um sentido sem som porque escrito, sem voz porque nunca falado, sem imagem porque jamais concretizado. sigo apropriando-me do que me foi ofertado ao longo de uma vida burguesa acomodada, sigo seguindo os rastros de mártires de outrora, finados pensamentos herdados de temporalidades afastadas por calendários sem nexo. sigo, enfim, sem saber muito o porquê de seguir, tentam explicar, tentam redimir, não pedi pra nascer e sigo, sigo, sigo sem rumo, sigo sem resposta, sigo digitando na esperança que um dia tudo tudo tudo produza alguma razão. não quero saber de razão: sigo)
é suficientemente legítimo agregar um valor identitário por uma causa simplesmente
se importando?
ou seria um tipo de apropriação sociológica dos dramas mundiais
importar-se com um fato
dramático?
basta simplesmente se importar com a miséria dos dias, a miséria dos dramas, da filosofia
ou precisamos preciso
precisamente
mudar?
se mudança ocorre, digamos,
o fim do tabagismo
e perco portanto minha identidade fumante
vale mais o bem da saúde coletiva ou o que chamo de meu momento de reflexão
minha pausa sem razão em meio ao caos urbano de uma periferia de globo qualquer
na qual os passos transeuntes apenas justificam-se com um fim, um destino
nunca um meio?
vale mais o fim do machismo
da homofobia da transfobia
ou a luta diária de militantes sem fim
por um sonho de realidade jamais opressiva?
retiramos da rotina o ódio, o ardor
retiramos dessa existência terrena todas as oposições que nos fazem nós mesm-s
algo de diferente
algo de singular
seremos, portanto,
singulares em nossas existências?
únicos em nossos paradigmas?
felizes em nossos dramas?
ou precisaremos sempre de outro outro outro
drama, paradigma,
outra existência opressora que justifique pecados capitais doses diárias de erro e resposta e cataclismos e genocídios enfim;
precisamos da opressão para que a beleza afinal resista
ou aniquilamos esse paradoxo derradeiro
em vistas a um todo igual
perante o fatídico fim humano:
não há sentido.
não há caminho.
(sigo apropriando-me de palavras em articulações desconexas criando um sentido sem som porque escrito, sem voz porque nunca falado, sem imagem porque jamais concretizado. sigo apropriando-me do que me foi ofertado ao longo de uma vida burguesa acomodada, sigo seguindo os rastros de mártires de outrora, finados pensamentos herdados de temporalidades afastadas por calendários sem nexo. sigo, enfim, sem saber muito o porquê de seguir, tentam explicar, tentam redimir, não pedi pra nascer e sigo, sigo, sigo sem rumo, sigo sem resposta, sigo digitando na esperança que um dia tudo tudo tudo produza alguma razão. não quero saber de razão: sigo)
11.9.15
ao pedro-futuro,
não nos falamos faz um tempo, não é? sei que o intuito desse blog é exactamente este - rememorar tensões e conflitos passados, buscar alguma lógica intrínseca à minha própria existência no expaço-tempo - mas é sempre muito difícil escrever para o futuro. há futuro?
se houver, você certamente lembra-se de toda esta tensão envolvendo final de faculdade, um novo-antigo amor em regresso, todo este turbilhão caótico de emoções no entorno dessa mente que no fundo só queria um pouco de paz, apenas um pouco de sossego.
Pois. Não sei como o barco tocou seu caminho, tampouco como anda tudo o mais por agora. Sei, no entanto, serem 21h51 do dia 11 de setembro de 2015 - que horas são onde estás? - e que, sem qualquer propósito, pareço escrever essas linhas como talvez um escapismo ao possível fracasso que pode ser a prova da próxima terça feira. os livros fazem-me companhia nessa sexta-feira chuvosa - queria ter vontade de dormir - encarando-me as páginas como se fossem espelhos de uma suposta produtividade inalcançável. já li weber, pedro-futuro, gostei, sim, leitura rápida e sem qualquer gana de entendimento profundo, mas sinto ter entendido sua linha de raciocínio. pretendo ler mills, goffman e marx, pelo menos, para este teste. sei lá se passarei.
Bem. Já sabes como escrever um trabalho acadêmico com o rigor científico esperado por um membro da tão-respeitada-academia? Espero que sim, é uma habilidade notável. Certamente o meu desprezo por tal retórica deve-se em muito pela minha total falta de prática e maestria nesse sentido. Espero que tenhas conseguido alguma estabilidade financeira - importantíssima - assim como emocional.
Sigamos para o emocional. Sabes bem - mais do que eu, talvez - o quanto o momento atual é complicado. Sinto-me à parte, rejeitado, ignorado por um tempo passado que sim, sim, sim, foi muito bom mas céus, céus, céus, larga o celular e me dá um beijo!!!!!!!!!!!!!!!!! Preciso transar. PRECISO. TRANSAR. Sabes bem disso. Muito triste bater uma punheta com o namorado no município ao lado, mas é essa minha realidade atual. Não sei se permanecem juntos - será que alguma das razões arquitetadas em nossa mente valeram de algum modo? Enfim, no fundo só quero atenção. Sei que ele me dá atenção - mais do que para a própria família, de certa forma - mas como competir com um sentimento nostálgico de liberdade plena? Como posso explicar que eu me sinto mal pra caralho vendo que ele ainda tem aplicativos de sexo no celular e que talvez tenha dado uma olhada neles na noite anterior enquanto eu deitava na cama esperando um beijo atrás do pescoço? Como posso dizer que o brilho nos olhos não perdura eternamente, é preciso manter o desejo aceso, é preciso manter o desejo.
Talvez já tenhas resolvido essa questão também (espero que sim, afinal, metade deste blog são dramas amorosos de um antigo relacionamento de certo modo abusivo). Espero que estejas bem. Se não estiver, escreva, escreva, escreva: sempre acaba ficando melhor.
Foco, ritmo, ação
Foco, ritmo, ação
atenção: entusiasmo
beijos :)
não nos falamos faz um tempo, não é? sei que o intuito desse blog é exactamente este - rememorar tensões e conflitos passados, buscar alguma lógica intrínseca à minha própria existência no expaço-tempo - mas é sempre muito difícil escrever para o futuro. há futuro?
se houver, você certamente lembra-se de toda esta tensão envolvendo final de faculdade, um novo-antigo amor em regresso, todo este turbilhão caótico de emoções no entorno dessa mente que no fundo só queria um pouco de paz, apenas um pouco de sossego.
Pois. Não sei como o barco tocou seu caminho, tampouco como anda tudo o mais por agora. Sei, no entanto, serem 21h51 do dia 11 de setembro de 2015 - que horas são onde estás? - e que, sem qualquer propósito, pareço escrever essas linhas como talvez um escapismo ao possível fracasso que pode ser a prova da próxima terça feira. os livros fazem-me companhia nessa sexta-feira chuvosa - queria ter vontade de dormir - encarando-me as páginas como se fossem espelhos de uma suposta produtividade inalcançável. já li weber, pedro-futuro, gostei, sim, leitura rápida e sem qualquer gana de entendimento profundo, mas sinto ter entendido sua linha de raciocínio. pretendo ler mills, goffman e marx, pelo menos, para este teste. sei lá se passarei.
Bem. Já sabes como escrever um trabalho acadêmico com o rigor científico esperado por um membro da tão-respeitada-academia? Espero que sim, é uma habilidade notável. Certamente o meu desprezo por tal retórica deve-se em muito pela minha total falta de prática e maestria nesse sentido. Espero que tenhas conseguido alguma estabilidade financeira - importantíssima - assim como emocional.
Sigamos para o emocional. Sabes bem - mais do que eu, talvez - o quanto o momento atual é complicado. Sinto-me à parte, rejeitado, ignorado por um tempo passado que sim, sim, sim, foi muito bom mas céus, céus, céus, larga o celular e me dá um beijo!!!!!!!!!!!!!!!!! Preciso transar. PRECISO. TRANSAR. Sabes bem disso. Muito triste bater uma punheta com o namorado no município ao lado, mas é essa minha realidade atual. Não sei se permanecem juntos - será que alguma das razões arquitetadas em nossa mente valeram de algum modo? Enfim, no fundo só quero atenção. Sei que ele me dá atenção - mais do que para a própria família, de certa forma - mas como competir com um sentimento nostálgico de liberdade plena? Como posso explicar que eu me sinto mal pra caralho vendo que ele ainda tem aplicativos de sexo no celular e que talvez tenha dado uma olhada neles na noite anterior enquanto eu deitava na cama esperando um beijo atrás do pescoço? Como posso dizer que o brilho nos olhos não perdura eternamente, é preciso manter o desejo aceso, é preciso manter o desejo.
Talvez já tenhas resolvido essa questão também (espero que sim, afinal, metade deste blog são dramas amorosos de um antigo relacionamento de certo modo abusivo). Espero que estejas bem. Se não estiver, escreva, escreva, escreva: sempre acaba ficando melhor.
Foco, ritmo, ação
Foco, ritmo, ação
atenção: entusiasmo
beijos :)
8.9.15
o problema do amor é que ele te deixa com mais dúvidas do que certeza
quando se ama
ama mesmo assim
de verdade
sua base de existência treme, treme
balança o tempo todo porque sempre se pode dizer
"não"
não pro filme do netflix e pro jantar de um ano
não pro seu melhor amigo e família
não pra sua atenção
seus dramas
sua vida
o problema do amor é que ele te deixar com mais dúvidas que certezas
ama-se mesmo
de verdade verdadeira
nada mais que uma ideia
ideia de sentimento
ideia de carisma
o amor, como tudo na vida
nada mais é que uma ideia
o problema do amor são as dúvidas nas certezas
eu devia ter falado isso?
eu deveria ter contado aquilo?
qual calça fica melhor
a da direita
ou da esquerda?
amor é escolha
perante os silêncios
e a calmaria
o caos
o problema do amor são as dúvidas e as certezas
quem ama não pensa demais
senão sentimento escapa
o problema do amor se disfarça em questão
problema mesmo
é não amar
ilusão ideia que seja
que seja sentido
quero mais é sentir
(te amo)
7.9.15
sobre quebra de expectativas e a tentativa constante de aprendizado com o tempo presente
um ano de expectativas nutridas, amor envelhecido em barril de saudade, enfim nos abraçamos com o já esperado repúdio à intimidade de um corpo que só existia em ideia. seu toque segue o mesmo, mas as mãos trejeitam gestos outros, ritmos estranhos em sincronia com essa sua mente em outra distância, outro tempo até então agora.
sabe, durante muito o que fiz foi esperar. esperava e assim refletia para então talvez agir. agora é diferente. agora eu vejo e sinto e rebato quando necessário, sou frio quando quero ser, espero que compreenda o que digo, espero que compreenda o que posso.
eu dormia emaranhado na sua respiração e não pude sonhar direito. tua ansiosidade perpassava nosso colchão e eu finalmente entendia o quão pequena uma cama pode ser. eu levanto, ligo o ventilador e desloco-me à cozinha para comer um pedaço do chocolate. volto, deito, consigo enfim dormir. já não sonho. você está aqui.
sabe, durante muito o que fiz foi esperar. esperava e assim refletia para então talvez agir. agora é diferente. agora eu vejo e sinto e rebato quando necessário, sou frio quando quero ser, espero que compreenda o que digo, espero que compreenda o que posso.
eu dormia emaranhado na sua respiração e não pude sonhar direito. tua ansiosidade perpassava nosso colchão e eu finalmente entendia o quão pequena uma cama pode ser. eu levanto, ligo o ventilador e desloco-me à cozinha para comer um pedaço do chocolate. volto, deito, consigo enfim dormir. já não sonho. você está aqui.
4.9.15
ando pelas ruas da carioca pensando: os dias passam e cada vez mais atrelo-me sentimentalmente a este caos, a este ritmo, essa paisagem. atravessando a rua eu penso no quanto toda a desordem tem seu sentido intrínseco que eduardo paes nenhum jamais conseguirá entender, prever, domar. daí ando pela calçada com a miséria batendo à porta e pedindo que eu comprasse produtos que sequer direciono o olhar porque sei de antemão que por mim nunca serão comprados. ando pouco mais, lá está o paço com a exposição da bethânia - maria de todos nós - e a praça xv, 1808 foi aqui, penso, dividindo meus pensamentos com os passos apressados e as buzinas e miséria cotidiana dessa periferia de mundo.
é como se de nada servissem todos esses pensamentos que me sobreveem à mente sem permissão, quando vejo já estou pensando; de que razão, de que razão eles vêm? para que servem, qual sua utilidade? meramente entretenimento enquanto caminho sem bateria no celular? distração para não acometer-me com os males inerentes a todos os meus privilégios sociais? de que adiantam todas as elocubrações metafísicas se em nada, em nada elas são capazes de alterar, minimamente, a realidade humana?
eu não sirvo para os versos tampouco às teorias. minhas imagens não são harmônicas e meu braço sequer é capaz de carregar uma caixa cheia. não sei faxinar, não sei calcular. de nada sirvo, aparentemente.
hoje dividi a noite com uma sensação agonizante enquanto os segundos passavam distantes. mal tive fome, mal tive sede, não fiz o que deveria e minha mente sei lá onde esteve. agora enquanto escrevo vem o sono redentor de todos os tédios a me salvar da existência - burguesa, burguesa, burguesa. céus, pra que tanto drama se meus dramas são dramas de um privilegiado? posso eu rebelar-me sem armas? acode, drummond
é como se de nada servissem todos esses pensamentos que me sobreveem à mente sem permissão, quando vejo já estou pensando; de que razão, de que razão eles vêm? para que servem, qual sua utilidade? meramente entretenimento enquanto caminho sem bateria no celular? distração para não acometer-me com os males inerentes a todos os meus privilégios sociais? de que adiantam todas as elocubrações metafísicas se em nada, em nada elas são capazes de alterar, minimamente, a realidade humana?
eu não sirvo para os versos tampouco às teorias. minhas imagens não são harmônicas e meu braço sequer é capaz de carregar uma caixa cheia. não sei faxinar, não sei calcular. de nada sirvo, aparentemente.
hoje dividi a noite com uma sensação agonizante enquanto os segundos passavam distantes. mal tive fome, mal tive sede, não fiz o que deveria e minha mente sei lá onde esteve. agora enquanto escrevo vem o sono redentor de todos os tédios a me salvar da existência - burguesa, burguesa, burguesa. céus, pra que tanto drama se meus dramas são dramas de um privilegiado? posso eu rebelar-me sem armas? acode, drummond
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