Eu não tenho noção do que é o "para sempre", o "nunca mais".
Como, se em meus pensamentos tudo volta ao que era? Se o passado recente não me deixa acreditar que acabou, e os sinais da rotina cobrem toda a tragédia.
E, de vez em quando, "a saudade dói latejada". Perco os sentidos, a razão, a vontade de seguir.
Nada posso fazer, entretanto. Sigo, como quem não quer, para o conformismo dos impotentes, dos que acreditam em algo.
As lágrimas secam, estampo um sorriso, mas continuo tentando juntas os pedaços de um coração quebrado, e com ele fazer um mosaico de lembranças onde a saudade mantenha tudo em seu lugar.
Nunca vai substituir um coração, é óbvio. Não há pulsar, o sangue não circula. Mas, ao menos, preenche o vazio com alguma beleza, adornando a dor humana da perda.
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