24.8.18

conhecimento venenoso

não, não venenoso feito o da asha que sofreu com a partitura da índia e paquistão, com milhões de pessoas transitando entre fronteiras, violência, insegurança e perspectivas destroçadas nesta vida e nas próximas

meu conhecimento venenoso é mais banal, é fruto da internet
das muitas formas de interagir e dizer
o que se diz
fazendo

hoje eu percebi que você me excluiu do facebook. fiquei surpreso, ofendido. não ligo tanto, mas ligo sim: parece que quis cortar os laços de uma vez. aquelas conversas todas, a tentativa de não guardar mágoas, não ficar te enchendo o saco com meus dramas de fossa, parece que serviu pra nada. você resolveu me excluir e foda-se, sabe.

eu lamentei o fato com amizades íntimas e, oras, soube que você fez a clássica performance - que eu faço também - de 'pensaram que eu tava na pior'? aparentemente você viu meu twitter, minhas reclamações mundanas em tempo real, minha infantilidade besta de expor sentimentos, registrar minhas paixões no tempo.

você não sente minha falta, afinal. tudo bem, sabe, porque é tudo especulação. sempre foi. mesmo quando estávamos juntos, o futuro era incerto: eu só esperava alguma coisa, nunca tive nada de fato. mais do nunca, hoje eu sei que nada tive de fato porque você não parecia preocupado em manter ao menos as boas lembranças.

esse conhecimento é venenoso porque me faz repensar todos os cinco anos que tivemos juntos. será mesmo que você me amava, ou era uma conveniência em sua vida? eu realmente te apoiei, ou você fez parecer que minha presença era importante?

no meu complexo de shinji, penso no que seus amigos pensam de mim. talvez atentem ao fato que sou geminiano - relação social com a qual não compartilho, já que pouco entendo de astrologia - e digam que não vale a pena o esforço. pode ser que eu seja falso, duas caras, que eu me expresso na sua frente de um jeito e na internet de outro.

sim, também. mas veja: o twitter sempre foi o meu espaço. há 10 anos eu reclamo da minha vida naquele lugar - que nunca foi seu - então me sinto à vontade para dizer o que penso. não é como se eu pensasse isso com ardor, entende? eu só pensei naquela hora. ainda concordo em parte, mas tirar conclusões de 140 caracteres é no mínimo decepcionante.

decepcionante porque você faz parecer como se fosse fácil tudo isso. você no fundo é egoísta e eu demorei tanto pra perceber. se pra você está fácil é porque não significou o mesmo que pra mim. nunca prometi amor eterno, mas meus te amo sempre foram sinceros. eu continuava te amando até bem pouco tempo, sabe, até bem pouco tempo eu ainda acreditava ser possível acreditar no você da minha cabeça. o menino-homem gentil e cuidadoso, respeitoso, carinhoso. quem se importava comigo e a quem eu direcionava meu afeto mais humilde. porque eu sempre fui humilde com você. até demais, às vezes. às vezes eu me pegava pensando e fazendo coisas porque você ia gostar daquele jeito - agora já nem sei por que.

sendo honesto, nos últimos tempos eu estava acomodado. como pensava que teria muito tempo em sua companhia, direcionei meus esforços para outras coisas. eu nunca joguei aquele dos de kyoto, tampouco o dokidoki. assistia às séries com você porque sozinho não o faria. eu achava ser suficiente o que tínhamos no momento para o que poderíamos ter em breve, naquele futuro compartilhado que eu sonhava feito bobo.

eu sinto sua falta, sim. mas a falta daquele que eu tinha na cabeça. esse conhecimento venenoso permeou o tempo revisitando todas as memórias - boas e ruins - da nossa relação. agora eu já nem sei, é como se eu tivesse me apaixonado por uma pessoa estranha, parece que você se aproveitou de mim para ter uma vida que queria ter naquele momento e que eu, por acaso, podia prover.

não que eu também não tenha feito esse movimento. mas me parece diferente.

eu me entreguei inteiro ao que vivíamos. tentava regrar meus movimentos que pudessem te machucar e queria te fazer tão feliz quanto você me fazia. eu queria estar lá mesmo sem poder ajudar efetivamente.

talvez eu só quisesse me fazer importante e esse término tenha sido um exercício de recusa do ego, como se minha existência na verdade não serve de muita coisa além do que eu finjo fazer sentido. ainda assim, é duro pensar em ter sido tão inocente...

eu queria falar com você, eu gosto de falar e resolver as coisas ao invés de ficar guardando mágoas. hoje eu vou esquecer disso chorando um pouco e distraindo a cabeça já cheia de coisas. vou guardar isso como tantas outras coisas que tenho guardado simplesmente porque me cansa pensar em destruir o pouco de afeto que ainda guardo pelo que tivemos. me entristece pensar em como uma história bonita pode terminar com umas bobagens escrotas e sem nexo nesse capitalismo tardio no qual interagimos.

se você estiver lendo isso e quiser, pode falar comigo. eu não vou me humilhar como já me humilhei, não vou te atacar e nem pedir explicação de nada. não quero nada, não. só devolver as coisas que estão na casa dos meus pais

p.s.: você tá magro mesmo e ainda acho que precisa saber escolher roupas
p.s.2: não precisa levar a sério meus dramas. o que é realmente importante eu escrevo em papel

3.8.18

curiosidade

eu só queria saber se você sente a minha falta

bobo, eu sei. penso em você com alguma frequência - cada vez menor - e fico imaginando se você está assim também. quando sente minha falta? é de noite, antes de dormir numa cama vazia? quando assiste a alguma coisa que eu curtiria também? ao ver uma anedota na internet e tem ganas de me enviar? na cozinha enquanto lava a louça?

pode ser que você não sinta. de repente eu era uma pedra no seu caminho. mas eu queria saber: você sente minha falta?

24.7.18

novamente triste, novamente aqui

é um tanto estranho estar solteiro novamente. é que antes eu tinha alguém para comentar banalidades da vida, alguém que eu sentia ter ao meu lado - e que queria estar ao meu lado - construindo um projeto de futuro conjunto. isso me trazia segurança e conforto, era gostoso pensar em coisas que faríamos juntos, planejar conquistas...

agora eu fico atrás de alguém para conhecer. não tenho expectativa de relacionamento, não, só conhecer gente nova mesmo, mas é tão... difícil. eu marco encontros e as pessoas não aparecem. flerto, sou flertado, mas nada vai pra frente.

eu ainda acordo triste pensando no fabrycio. às vezes eu penso no que ele estaria pensando, em como está se sentindo. provavelmente nos encontraremos muitíssimo menos agora, sem aquele escritório em comum, e eu fico triste.

queria que esse tempo de espera passasse logo, mas tudo tem seu ritmo.

9.7.18

eu ainda sinto saudades de você, merda, eu sinto sua falta. deixei de te seguir no instagram porque não tenho ganas de saber da sua vida e não quero atiçar minha curiosidade, mas eu sinto falta do seu abraço, do seu carinho, sinto falta de sentir que eu faria falta na sua vida. penso se talvez você tenha notado que eu não mais te sigo, mas hey, certamente não, pelo menos eu não sou noiado com esse tipo de coisa, então demoraria meses pra ver alguma mudança do tipo. fico pensando que um dia seus amigos vão falar comigo como sobre o término parece ter sido tranquilo e eu fantasio dizendo que não, que ele foi um escroto, mas eu sou uma pessoa ótima e aprendi com os erros do passado, não pretendo repetir as minhas próprias atitudes escrotas, não vale a pena.

7.6.18

porra

essa vigilância digital é uma merda e cria uns sentimentos jamais existentes, umas fabulações inconcretas de "aposto que ele pegou esse hominho pq adicionou recentemente e só tem dois amigos viados em comum"

e aí você pensa por que eu me presto a esse papel? por que eu não posso simplesmente ESQUECER esse merda que jogou meu coração no LIXO e viver minha vida medíocre?

eu não quero um amor, sabe. não quero mesmo, queria só paz de espírito, paz de espírito e vontade de seguir. eu queria realmente não ligar pra nada, não queria ficar desejando que ele estivesse na merda e sofrendo ou inventando de ver gente que eu nem conheço, sabe, não queria ficar imaginando onde ele poderia talvez estar indo ou em que lugares eu poderia encontrá-lo pra evitar ficar chorando no transporte público, mas não, eu penso nisso tudo, eu penso nisso tudo e venho aqui escrever pra não sei quem pq aparentemente existem pessoas que leem meus posts (que eu lembre tinha thiago e sofia oie se forem vcs) mas enfim eu venho aqui escrever por causa de MACHO OLHA QUE DEPRIMENTE


hoje eu vi sua nuca com seu coque folgado que tanto recordo. eu vi e fui embora, você ouviu minha voz, acredito, mas não te vi. fiquei nervoso e chorei no ônibus. o vento secou minhas lágrimas. terapia urbana de um coração que enche

3.6.18

uma semana desapegada com boas surpresas. hoje pensei nele (agora há pouco) e vim efetuar o registro. eu sinto saudades do nosso vórtex. talvez ele também sinta. essa semana eu fiz muita limpeza, mas mantive alguns vícios. essa semana eu assisti akira e tirei tantas fotos, nossa, há tempos eu não sentia vontade de fazer isso. depois das fotos lembrei como era gostosa a sensação de não ter vontade de tirar fotos e lembrei de você e vim aqui, fazer o registro.


meus pensamentos batem ponto na prosa confessional. saudades,

27.5.18

por que eu tenho tanta vontade de chorar e lembrar e escrever pra registrar e lembrar e ler mesmo logo após escrever? eu sinto como se assim o pensamento fosse mais honesto, mais sadio. eu vejo posts antigos e penso que talvez poderia eu ter terminado, talvez eu poderia ter cortado os vínculos ao invés de ficar que nem um panaca sofrendo por causa de macho. eu queria realmente que você se arrependesse e me arrependendo de querer realmente isso porque, ora, eu duvido que aconteça. queria esquecer? queria tanta coisa. não tenho nada. o pior é que eu acho que entendo? mas eu quero que ele se exploda


todas as vezes que eu penso no passado me vem uma esperança. eu espero que você lembre de como estávamos felizes e talvez, apenas talvez, queira tentar fazer com que isso se repita. todas as vezes que eu penso no passado eu lembro do passado-recente, quando não estava tão bem, mas poderia ter conserto (poderia?) com algum esforço e tentativa, conversa e erro. eu penso nisso pensando que não deveria pensar porque isso me machuca logo quando eu achava estar bem. eu penso nisso e choro um pouco, ora, por que não, eu choro sempre que penso nos planos que não concretizamos sei lá porque... eu penso que você pode estar como eu, tentando tapar um pouco a ferida se distraindo com alguém no caminho, não fico tão triste, sabe, mas ficaria se eu visse, eu acho... engraçado, as pessoas falam que melhora com o tempo, que outra pessoa aparece, mas eu não quero outra pessoa, sabe, porque a outra pessoa não será você. será que pensarei assim por muito tempo, pedro futuro? eu tento me apegar a qualquer coisa que me venha, o problema é que tantas ainda me lembram você, menino do sorriso doce. hoje eu assisti aquele anime que sempre foi tão meu no seu user do site. queria que você soubesse que ali estive. depois eu assisti de novo aquele desenho que era pra termos visto juntos, eu tava guardando para assistirmos juntos, mas a conversa veio antes. será que você está pensando apenas em si e talvez queira um dia conversar? eu queria muito que esse dia viesse, eu queria ter coragem de dizer que vou pro fórum perto da sua casa na próxima quarta, mas de que adianta? eu faria carinho na sua cachorra e veria se sua mãe pendurou o presente que comprei em algum canto da parede. eu espero que sim, assim você vai lembrar de mim quando vê-lo. talvez não, por algum motivo eu achava que sua mãe não gostava de mim, realmente me esforçava para que isso mudasse porque, ora, eu queria passar mais alguns bons anos ao seu lado... será que você está frustrado com as perspectivas de sua vida? será que você tá dando mole praquele professor? será que você sai à noite pensando em qualquer coisa que não nós dois, claro que sim, até eu faço isso... será que você tem vontade de me mandar mensagem? eu acho que não porque, sei lá, talvez você já tivesse mandado. será que está certo da sua decisão? queria que não estivesse, mas acho que está, sinceramente eu acho que você está mais feliz sem mim, e isso me deixa tão triste... porque o que te afastou fui eu tentando me aproximar quando achava ser mais necessário, mas não, era espaço que queria, espaço que eu mesmo dei porque sabia, lá no fundo, que você precisava. agora eu choro e escrevo sem pensar pra ver se penso no que escrevo depois do pensamento escrito. eu sinto que já não tenho o que escrever, mas também não tenho o que fazer, amanhã eu acordo cedo e não tenho sono, deveria ler um texto, mas estou sem cabeça. ainda penso em você, às vezes... às vezes eu nem lembrava e aí pum, você na cabeça. eu fabulo umas fantasias meio doidas tipo você me visitando e lembrando o quanto a gente se dá bem e engolindo o orgulho e falando que me ama... e eu pensaria que pensaria, sabe, porque nessa fabulação na verdade eu to bem, eu não preciso de você nesse universo, mas eu pensaria de verdade porque na verdade, na verdade, eu te amo, desgraça. enfim... decepcionante essa cabeça que a gente tem, né? tudo que eu queria era uma fossa com o sol em gêmeos, desapegada, mas não, eu tenho essas lembranças que voltam e esse desejo horroroso de saber da sua vida, o que tá fazendo, de inventar desculpas pra te abraçar só mais uma vez, por favor, vamos dormir juntos só mais uma vez pra você ver se tem certeza mesmo que não me quer em seus sonhos... difícil, viu. essa cama está cheia de você. essas paredes, recheadas de você. mesmo esse ventilador, que merda, você já ligou esse ventilador tantas vezes. eu quero sair de tudo, sair da vida, sair do tempo, libertar essa memória do espaço, mas não, ainda estará dentro de mim. e eu penso que tudo bem, né, porque lembranças são assim mesmo, só que precisa mesmo doer tanto? é bizarro, agora me veio o caminho do ônibus até sua casa, eu gostava tanto daquele caminho, gostava da sua cama, gostava mesmo me sentindo intruso, mas eu gostava, sabia que minha presença ali era rara, que fui o primeiro a ser apresentado, eu gostava disso. queria ter sido o único, mas enfim, vai ver você é espírito livre da vida e não quer se apegar a um futuro conjunto, mesmo depois de tanto expressá-lo, mesmo depois de cogitar mudar de cidade, mesmo depois de planejar casamentos e alianças e ter filhos... ai, por que minha cabeça se enche dessas coisas? por que eu não posso lembrar de como você tava me ignorando nos últimos meses e como nunca falava nada comigo? por que eu não posso enfiar na cabeça que depois do carnaval você simplesmente sumiu e cagou na minha cabeça e depois enfiou todas as minhas coisas num saco e me entregou falando que queria ser meu amigo? amigo o caralho, porra, eu quero o seu amor sadio. eu já tava me acostumando com a ideia de seus defeitos, de verdade, eu acho que as pessoas não mudam e já tava esperando algumas atitudes, mas isso foi demais: terminar comigo. esse domingo foi duro, o próximo também será, como todos os domingos, mas o próximo seria um feriado e provavelmente a gente se encontraria, ficaria na cama assistindo a alguma coisa e se distraindo desse mundo de merda que nos rodeia. agora eu fico rodeado da merda do mundo com meus pensamentos ora saudosos, ora fervorosos, sonhando com o dia que você voltará ou que eu desista de tudo isso...
às vezes eu to ok, às vezes eu fico triste...

penso se você estaria pensando em mim quando eu penso em você. se suas noites de domingo também estão assim, tediosas e vazias, sem ninguém para aquecer o coração
achei que estaria em uma situação crítica, mas estou bem. Passo o tempo concretizando planos, delimitando metas, cumprindo obrigações aburridas da vida adulta e, bem, mal penso em você. Só quando acordo, veja, quando eu acordo, sabe-se lá por que, eu lembro que não estamos juntos. Fico triste, desmotivado. Levanto da cama e já sigo com minhas tarefas, sigo bem, melhor do que imaginava, até a manhã seguinte. Imagino quando isso vai parar. Eu queria pegar aquela pimenta coreana com você, sabe, aquela que eu não queria comprar porque era muito cara, mas você disse que seria um bom investimento, já que nós ainda faríamos muito kimchi juntos. Pois bem, não mais. Eu vou à loja chinesa comprar outro saco daquela pimenta coreana, a que você quis comprar, porque não suportaria olhar nos seus olhos o passado daquilo que não foi.

23.5.18

hoje eu lamento te perder porque é difícil imaginar um futuro sem seu sorriso. penso que nunca vou encontrar ninguém assim (como se eu precisasse) ou que vou sofrer por tanto tempo, como outrora...

eu resisto enviar-te mensagens dissecando minha dor. sua foto permanece aquela que tirei em meu quarto, você tão triste naquele dia abraçando a cachorra, depois nos abraçamos e você chorou... eu ouvi, só podia mesmo ouvir, e agora eu lembro disso e choro, também, mesmo sem ninguém ouvindo.

hoje, eu, triste, penso em como poderia te esquecer e usar essa raiva acumulada para algo de útil, como trabalhar naquele contrato de amanhã ou estudar aquele texto prometido.

eu queria que você perguntasse se tá tudo bem

(não está)

21.5.18

eu quero chorar, mas não quero, porque não tem nenhuma lágrima pronta para sair
eu queria lamentar nosso fim, mas penso que celebrar novo começo pode ser mais vantajoso
queria te encontrar, mas sei que de nada adianta esperar alguma reação sua
queria saber quando sentirá o ápice da falta: sozinho, na madrugada, ou do nada, como quem anda na rua e leva um tiro certeiro nas lembranças do que poderia ser

ainda confabulo futuros inertes (não sei por quanto tempo mais vou resistir)
por algum motivo ainda inexplicável tem tanta gente no meu instagram indo pra islândia, aquele lugar que você falou ser seu objetivo de vida me levar, você queria me levar e levar sua família pra islândia, e eu queria tanto que isso acontecesse...

Já passei por uma fossa bizarra e chorei um bocado. Outro dia eu estava bem, até não mais estar. Tantos gatilhos, tantas lembranças... e eu aqui, neste esforço homérico de evitar-te o pensamento.

Engraçado, ontem eu percebi que não valia a pena te encontrar. Racionalmente eu já sabia, mas ontem... ontem eu soube. E é isso: já não nos amamos. Triste fim de um futuro promissor, eu penso, sem querer eu penso...

Corro atrás de não-sei-bem pra garantir o-que-quer-que-seja esperando talvez-jamais. Que merda, o amor

18.5.18

eu queria voltar ao tempo que nem sabia que você existia. só assim não conhecer seu olhar carinhoso e sua forma de cuidado. só assim eu não ia saber como poderia um homem me desejar na cama e cuidar de mim quando estivesse doente, ou então fizesse planos pro futuro como se o sentimento fosse eterno, e me fizesse mudar tanto e tão rápido e sentir tanto e tanto como agora, essa dor no peito que não para e esse desejo de nutrir esperanças burras. eu queria poder te falar tudo isso, eu queria que tivesse em algum momento falado que eu tinha esse blog porque assim poderia também nutrir a esperança de que você eventualmente olharia isso, mas não, nunca tive coragem, nunca tive coragem de dizer tantas coisas e agora eu me culpo por isso e portanto eu, ai de mim, eu choro.
por que tudo me lembra você?

eu ando na cidade e você na cabeça. eu vejo coisas na internet que você gostaria, penso em peripécias desimportantes que, oras, jamais pensaria em ti; agora eu penso.

eu não consigo te tirar da cabeça e não sei quanto tempo assim ficarei.

eu nutro esperanças patéticas porque te amo, porra

eu te amo e, pela primeira vez, odeio esse sentimento
reabitar espaços e tempos antes ocupados pelo seu afeto

lá vou eu de novo

deve ser mais fácil ser a pessoa que termina
e não quem leva o chute na bunda

eu sei que ele precisa de si mesmo, não de mim
e que seu carinho por mim ainda é grande
apesar dos novos ares almejados

eu sei que os passos ritmados já não bastam
nesse mundo moinho ingrato dos sonhos
eu sei... do que que eu sei,

weholfmslhilhufdsdnolsmkmsgniçosdngewhuoihnegwg

eu recebo carinho e atenção de outras pessoas mas eu quero o seu carinho e atenção
eu recebo convites de outras pessoas mas eu quero os seus convites
quero essas banalidades que a gente tinha e que agora você evita

hoje sua amiga veio falar comigo e eu, forte, não implorei para que ela te convencesse do contrário
que eu te faço bem e vice versa

eu vaguei pelo centro da cidade com um olhar marejado de lembranças
alguma esperança?

hwwuiflgnek.fngeoiçrmg3çl~eç






vontade de nada

17.5.18

todas as vezes que não seguramos as mãos e não tiramos fotos quando estávamos felizes e não registramos em beijos que não estaríamos juntos

todas as vezes que eu saí da cama sem te acariciar o rosto barbado e os olhos sonhando (o que?)

aquelas vezes que eu poderia ter perguntado sobre o que estaria pensando, eu quase nunca perguntava

pensando bem, você nunca me contava seus sonhos

as comidas que nunca mais faremos

a decoração que não vamos escolher

as crianças que não vamos amar

os gatinhos que teríamos

(não teremos)

sabe,

tudo isso é tão

lindo...

"é difícil, né... crescer"

sim, é bem difícil
eu me sinto uma criança mimada sabe
quero quero quero quero
teu desejo, teu afeto

quero seus braços enrolados no meu pranto e teus lábios dizendo que me ama
não esse amor fraternal de merda, não
porra

eu quero aquele amor com GOSTO, aquele que fode a noite inteira e

não, nada disso

hoje eu peguei o metrô e chorei depois de conversar com você na manon
foi lá que eu percebi que nossos planos fugiram e que aprendemos juntos
sobre caminhos separados

racional, tentei de induzir ao erro de frustrar a tentativa decidida e falhei
(que bom)
falhei em pensar que poderia voltar a algo que não foi
(era?)
o que pensava, eu falhei

hoje eu te entreguei todas as suas coisas que minha raiva alcançou naquele sábado e couberam em duas sacolas de papel. uma delas tinha aquele ovo de páscoa que ganhei da minha irmã e dividimos porque era muito doce pra mim. foi bom, sabe, eu gostava de dividir doces com você e laricas com farelos na cama. hoje a gente entrou na manon e sentou próximo a um casal, pareciam um casal de homens, como nós, antes garotos agora homens, que se amam (amavam) que se amam e se desejam (eu desejo) e conversavam. eu tinha uma lista anotada no celular, queria falar tudo, eu queria falar tudo que meu coração pedia enquanto aos prantos justificava o porquê de não nos querer o destino festejar, de não querer dividir um apartamento barato, pensar em ter crianças e fugir pro interior quando desse vontade. eu fiquei tentando entender por que nossos planos passados se foram e por que você pareceu ter me cortado de uma vez só, sem nem chance pra tentar, e tentar, e tentar até gastar toda a energia que havia em mim porque o amor tem dessas, o amor te entrega ao ódio de querer alguma coisa que você não sabe e faz sem saber porque sente, sabe. eu queria tentar, você disse que tentou, eu não soube identificar as tentativas e agora acuso o pedro-passado de não ter se esforçado (ele se esforçou!!!!!!) mas o pedro presente, nossa, está puto com o passado. por que gritei no carnaval? por que por que por queeeeeeeeeeeeeeeee eu fiz tudo o que fiz, falei o que disse, por que eu

por que não nós?

a gente se dava tão bem e parece que no primeiro problema, tchau, sabe, no primeiro problema você pensa que pode ir embora MAS NÃO PODE (claro que pode) e foi, foi embora e eu aqui, nossa, eu aqui TRISTE e com RAIVA e essa merda desse mundo que continua?????

eu te falei das minhas expectativas chorando e tentei, patético, sensibilizar-te de minha causa. em vão. nenhuma lágrima no rosto, eu levei até uma cartinha, porra, que bosta, ainda falei isso BAIXEI MINHAS DEFESAS PRA TENTAR MANTER ESSE QUERER, céus, céus, eu tentei.

quero tentar de novo, mas chega. quero enviar mensagens, mas basta. sua conversa será esquecida naquela fila interminável do whatsapp, eu vou querer te enviar uma curiosidade, uma anedota sobre meu viver, mas não. eu vou querer ouvir falar sobre sua prova e sobre o fim do semestre - em vão. eu vou querer tantas coisas que não terei. eu vou querer sua presença aqui, agora, céus, FOSSEM OUTROS TEMPOS, fosse 2013 eu estava nos seus braços sem saber que agora não mais estaria.

foram 5 anos.

nada, eu sei. eu sei que sei. eu sei que sei saber, mas eu não quero saber, eu quero sentir, eu quero sentir e sentir e sentir e ter esperança.

eu falei que queria ouvir ele, mas ele não tinha muito a dizer. eu queria lembrar de tudo que ele disse. em todos os detalhes. ele disse que estava gripado - e os sentimentos, eu disse, ele disse - estou triste e aliviado. alívio de não ter mais que pensar em como suas ações afetam os outros, triste pela situação. disse que está se renovando, eu entendo, que tá cortando algumas coisas da vida - como nossa relação, eu disse, é... acho que ele ficou ofendido, mas eu precisava daquilo. disse que não se sentia confortável na minha casa (razoável, eu disse, eu também não me sinto na sua, não é nosso espaço, sabe) e que devolveu a chave porque achava que deveria... disse que não estava planejando nada e que não transava comigo porque tinha tanta coisa na cabeça - por que não me disse essas coisas - eu tentei dizer, do meu jeito. eu não entendo o jeito dele e pego as coisas com demora. eu disse que nossa última foda foi a melhor e disse como queria que meu corpo fosse usado, mas ele não quer mais o meu corpo.

eu falei que tinha planos, expectativas, que ele me fez ter planos, expectativas, e ele disse que ele deixou de tê-los porque eu colocava ele no chão, sabe, não deixava sonhar demais. é verdade, eu atentava muito para isso, mas céus, céus, céus VAMOS TER UMA VIDA AGORA

eu falei que talvez saísse de casa, ele ficou feliz. disse para convidá-lo, eu disse que convidaria. perguntei se ele já tinha avisado as pessoas - algumas, sim - sua mãe? - sim - deu o presente? - sim, ela gostou - que bom, disse, escolhi com carinho

eu queria ouvi-lo, mas ele não sabia o que dizer. eu queria ouvi-lo pra sempre, na verdade, e posterguei nossa partida o quanto pude. eu chorava e choro ainda (por quanto tempo?) me chamam para sair, eu saio, mas choro.

- estou aqui se você precisar, tá? - eu fico feliz de saber disso

eu quero que ele precise
mas sei que não posso querer

e agora, como restaurar o sentimento de mundo? como encontrar graça na vida? ressignificar os gestos mais básicos, como esse colchão, o pote de biscoitos de curitiba, frango frito, quando ainda comíamos carne, céus, a varanda e as lembranças, as lembranças, as lembranças que vão ficar na minha cabeça como um fantasma de OLHA O QUE PODE SER A FELICIDADE

a verdade é que eu fui tão feliz, tão feliz, que agora não sei se poderei ser novamente. na maioria das vezes eu to apenas ok, sabe, eu to ok porque é mt ruim estar nessa realidade, eu to ok e estar com ele era tão... aconchegante. eu queria esse aconchego. eu queria ter crianças que sentissem o quanto aquele colo era seguro, aquele olhar, carinhoso, aqueles abraços, apertados, aqueles músculos, firmes, aquela cabeça, brilhante, aquele ser: lindo.

- você é um homem incrível, sabia? - eu não sou - to dizendo que é
- eu fazia apenas o mínimo e isso era muito pra você - é porque seu mínimo era radiante

eu to triste, sabe, e não sei por quanto tempo vou continuar triste, e vou ficar tão triste por tanto tempo, eu não sentia isso desde 2012, é ruim demais ficar triste triste triste e sem perspectiva de se sentir feliz, porque felicidade FELICIDADE nossa, ela é tão rara hoje em dia

queria até uma alegria mansa de clarice, sabe, to aceitando ela também, eu queria uma alegria mansa

eu queria ter aprendido antes o que to aprendendo agora porque se tivesse aprendido talvez não precisasse aprender

e viver na ignorância é uma bênção

eu to triste, sabe, tão triste que nem sei
por quanto tempo eu vou
ficar tão triste assim

pra onde vai o amor que você não pode mais trocar?