27.5.18

todas as vezes que eu penso no passado me vem uma esperança. eu espero que você lembre de como estávamos felizes e talvez, apenas talvez, queira tentar fazer com que isso se repita. todas as vezes que eu penso no passado eu lembro do passado-recente, quando não estava tão bem, mas poderia ter conserto (poderia?) com algum esforço e tentativa, conversa e erro. eu penso nisso pensando que não deveria pensar porque isso me machuca logo quando eu achava estar bem. eu penso nisso e choro um pouco, ora, por que não, eu choro sempre que penso nos planos que não concretizamos sei lá porque... eu penso que você pode estar como eu, tentando tapar um pouco a ferida se distraindo com alguém no caminho, não fico tão triste, sabe, mas ficaria se eu visse, eu acho... engraçado, as pessoas falam que melhora com o tempo, que outra pessoa aparece, mas eu não quero outra pessoa, sabe, porque a outra pessoa não será você. será que pensarei assim por muito tempo, pedro futuro? eu tento me apegar a qualquer coisa que me venha, o problema é que tantas ainda me lembram você, menino do sorriso doce. hoje eu assisti aquele anime que sempre foi tão meu no seu user do site. queria que você soubesse que ali estive. depois eu assisti de novo aquele desenho que era pra termos visto juntos, eu tava guardando para assistirmos juntos, mas a conversa veio antes. será que você está pensando apenas em si e talvez queira um dia conversar? eu queria muito que esse dia viesse, eu queria ter coragem de dizer que vou pro fórum perto da sua casa na próxima quarta, mas de que adianta? eu faria carinho na sua cachorra e veria se sua mãe pendurou o presente que comprei em algum canto da parede. eu espero que sim, assim você vai lembrar de mim quando vê-lo. talvez não, por algum motivo eu achava que sua mãe não gostava de mim, realmente me esforçava para que isso mudasse porque, ora, eu queria passar mais alguns bons anos ao seu lado... será que você está frustrado com as perspectivas de sua vida? será que você tá dando mole praquele professor? será que você sai à noite pensando em qualquer coisa que não nós dois, claro que sim, até eu faço isso... será que você tem vontade de me mandar mensagem? eu acho que não porque, sei lá, talvez você já tivesse mandado. será que está certo da sua decisão? queria que não estivesse, mas acho que está, sinceramente eu acho que você está mais feliz sem mim, e isso me deixa tão triste... porque o que te afastou fui eu tentando me aproximar quando achava ser mais necessário, mas não, era espaço que queria, espaço que eu mesmo dei porque sabia, lá no fundo, que você precisava. agora eu choro e escrevo sem pensar pra ver se penso no que escrevo depois do pensamento escrito. eu sinto que já não tenho o que escrever, mas também não tenho o que fazer, amanhã eu acordo cedo e não tenho sono, deveria ler um texto, mas estou sem cabeça. ainda penso em você, às vezes... às vezes eu nem lembrava e aí pum, você na cabeça. eu fabulo umas fantasias meio doidas tipo você me visitando e lembrando o quanto a gente se dá bem e engolindo o orgulho e falando que me ama... e eu pensaria que pensaria, sabe, porque nessa fabulação na verdade eu to bem, eu não preciso de você nesse universo, mas eu pensaria de verdade porque na verdade, na verdade, eu te amo, desgraça. enfim... decepcionante essa cabeça que a gente tem, né? tudo que eu queria era uma fossa com o sol em gêmeos, desapegada, mas não, eu tenho essas lembranças que voltam e esse desejo horroroso de saber da sua vida, o que tá fazendo, de inventar desculpas pra te abraçar só mais uma vez, por favor, vamos dormir juntos só mais uma vez pra você ver se tem certeza mesmo que não me quer em seus sonhos... difícil, viu. essa cama está cheia de você. essas paredes, recheadas de você. mesmo esse ventilador, que merda, você já ligou esse ventilador tantas vezes. eu quero sair de tudo, sair da vida, sair do tempo, libertar essa memória do espaço, mas não, ainda estará dentro de mim. e eu penso que tudo bem, né, porque lembranças são assim mesmo, só que precisa mesmo doer tanto? é bizarro, agora me veio o caminho do ônibus até sua casa, eu gostava tanto daquele caminho, gostava da sua cama, gostava mesmo me sentindo intruso, mas eu gostava, sabia que minha presença ali era rara, que fui o primeiro a ser apresentado, eu gostava disso. queria ter sido o único, mas enfim, vai ver você é espírito livre da vida e não quer se apegar a um futuro conjunto, mesmo depois de tanto expressá-lo, mesmo depois de cogitar mudar de cidade, mesmo depois de planejar casamentos e alianças e ter filhos... ai, por que minha cabeça se enche dessas coisas? por que eu não posso lembrar de como você tava me ignorando nos últimos meses e como nunca falava nada comigo? por que eu não posso enfiar na cabeça que depois do carnaval você simplesmente sumiu e cagou na minha cabeça e depois enfiou todas as minhas coisas num saco e me entregou falando que queria ser meu amigo? amigo o caralho, porra, eu quero o seu amor sadio. eu já tava me acostumando com a ideia de seus defeitos, de verdade, eu acho que as pessoas não mudam e já tava esperando algumas atitudes, mas isso foi demais: terminar comigo. esse domingo foi duro, o próximo também será, como todos os domingos, mas o próximo seria um feriado e provavelmente a gente se encontraria, ficaria na cama assistindo a alguma coisa e se distraindo desse mundo de merda que nos rodeia. agora eu fico rodeado da merda do mundo com meus pensamentos ora saudosos, ora fervorosos, sonhando com o dia que você voltará ou que eu desista de tudo isso...

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