3.1.13

os consumidores ávidos por tevês mais finas e com maior nitidez - querem a realidade em seus lares, moldura permanente de obras massificadas, idolatradas.

"Vão viver a vida!", diz o rapaz que passa os dias as noites em frente à tela de um computador (não tão nítida quando a dos moços e moças com a pipoca na mão), enquanto desfruta de doses de conhecimento, de pedantismo, de falta de perspectiva.

Os moços engravatados são sérios e fazem o mundo girar. As moças nos terno têm a ternura a dar. O menino fica no ar-condicionado lamentando a existência e não pensa em mudar.

Pensar até pensa, mas falta a atitude. O menino do ar-condicionado nem tem o calor como cúmplice de sua inércia. O menino não tem nada mesmo.

As telas são cada vez maiores mais nítidas mais vivas mais finas. A vida é cada vez mais frágil, fugaz. Quase uma utopia, idealismo.

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