17.2.12


Ridículo

É o que tornar-se-ia todo esse texto não fosse o álcool em meu sangue, não fosse a falta de inibição presente em minh’alma.
Sobre o que escrever não é de todo um problema visto minha falta do fazer do aparecer do ser do estar do que quer que seja necessário para aparentar minimamente um interesse por parte de você – por parte de qualquer um.
Nada mais sou do que aquele simpático – o sem muito além do que aparenta ser – o cara maneiro, que, por virtude ou muita força de vontade, acaba agradando temporariamente os espectadores.
Espectadores, sim, porque nada mais são esses seres do que meros julgadores do que sou, seria, aparento ser ou qualquer coisa parecida. Nada querem de mim além da ocupação mental de suas ideias, a calmaria absoluta advinda do nobre pensar, da análise de outrem por meio de argumentos falhos, ideias errôneas, preconceitos burgueses.

Quero ou não mais que isso?
Sim, não, por que? Porque
Por      que !         ?
Eu, que nada mais e nunca soube, só sei que em mim não há mais espaço para hipocrisia e abuso de minha força de vontade por aparentar ser alguém minimamente compreensível.
Vejo apenas interesse no lugar da inocência.
Vejo desejo no lugar da admiração.
Vejo luxúria do lugar do livre pensar.

Vejo tudo aquilo que não desejava, vejo isso se materializar.
Não que seja de todo
Ruim
Afinal, nada mais natural
Que a doce
Ilusão
Do criar
Nada temo, tempo, tenho, no entanto
Sei que tudo há de passar, nem que seja à força
Sei que de tudo há de restar
Apenas
Não obstante a fúria,
O desejo incessante de mudar

Mudar que quer que seja
Mudar, mudar, cambiar
Quando, como, onde
Isso de fato eu não sei, mas sei que vou arrumar

gente mais que merda por que eu comecei a rimar sem querer ar ar ar cheguei a ficar sufocado com tanto gás

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