Ridículo
É o que tornar-se-ia todo esse texto não fosse o álcool em
meu sangue, não fosse a falta de inibição presente em minh’alma.
Sobre o que escrever não é de todo um problema visto minha
falta do fazer do aparecer do ser do estar do que quer que seja necessário para
aparentar minimamente um interesse por parte de você – por parte de qualquer
um.
Nada mais sou do que aquele simpático – o sem muito além do
que aparenta ser – o cara maneiro, que, por virtude ou muita força de vontade,
acaba agradando temporariamente os espectadores.
Espectadores, sim, porque nada mais são esses seres do que
meros julgadores do que sou, seria, aparento ser ou qualquer coisa parecida.
Nada querem de mim além da ocupação mental de suas ideias, a calmaria absoluta
advinda do nobre pensar, da análise de outrem por meio de argumentos falhos, ideias
errôneas, preconceitos burgueses.
Quero ou não mais que isso?
Sim, não, por que? Porque
Por que ! ?
Eu, que nada mais e nunca soube, só sei que em mim não há mais
espaço para hipocrisia e abuso de minha força de vontade por aparentar ser
alguém minimamente compreensível.
Vejo apenas interesse no lugar da inocência.
Vejo desejo no lugar da admiração.
Vejo luxúria do lugar do livre pensar.
Vejo tudo aquilo que não desejava, vejo isso se
materializar.
Não que seja de todo
Ruim
Afinal, nada mais natural
Que a doce
Ilusão
Do criar
Nada temo, tempo, tenho, no entanto
Sei que tudo há de passar, nem que seja à força
Sei que de tudo há de restar
Apenas
Não obstante a fúria,
O desejo incessante de mudar
Mudar que quer que seja
Mudar, mudar, cambiar
Quando, como, onde
Isso de fato eu não sei, mas sei que vou arrumar
gente mais que merda por que eu comecei a rimar sem querer ar ar ar cheguei a ficar sufocado com tanto gás
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