11.9.15

ao pedro-futuro,

não nos falamos faz um tempo, não é? sei que o intuito desse blog é exactamente este - rememorar tensões e conflitos passados, buscar alguma lógica intrínseca à minha própria existência no expaço-tempo - mas é sempre muito difícil escrever para o futuro. há futuro?

se houver, você certamente lembra-se de toda esta tensão envolvendo final de faculdade, um novo-antigo amor em regresso, todo este turbilhão caótico de emoções no entorno dessa mente que no fundo só queria um pouco de paz, apenas um pouco de sossego.

Pois. Não sei como o barco tocou seu caminho, tampouco como anda tudo o mais por agora. Sei, no entanto, serem 21h51 do dia 11 de setembro de 2015 - que horas são onde estás? - e que, sem qualquer propósito, pareço escrever essas linhas como talvez um escapismo ao possível fracasso que pode ser a prova da próxima terça feira. os livros fazem-me companhia nessa sexta-feira chuvosa - queria ter vontade de dormir - encarando-me as páginas como se fossem espelhos de uma suposta produtividade inalcançável. já li weber, pedro-futuro, gostei, sim, leitura rápida e sem qualquer gana de entendimento profundo, mas sinto ter entendido sua linha de raciocínio. pretendo ler mills, goffman e marx, pelo menos, para este teste. sei lá se passarei.

Bem. Já sabes como escrever um trabalho acadêmico com o rigor científico esperado por um membro da tão-respeitada-academia? Espero que sim, é uma habilidade notável. Certamente o meu desprezo por tal retórica deve-se em muito pela minha total falta de prática e maestria nesse sentido. Espero que tenhas conseguido alguma estabilidade financeira - importantíssima - assim como emocional.

Sigamos para o emocional. Sabes bem - mais do que eu, talvez - o quanto o momento atual é complicado. Sinto-me à parte, rejeitado, ignorado por um tempo passado que sim, sim, sim, foi muito bom mas céus, céus, céus, larga o celular e me dá um beijo!!!!!!!!!!!!!!!!! Preciso transar. PRECISO. TRANSAR. Sabes bem disso. Muito triste bater uma punheta com o namorado no município ao lado, mas é essa minha realidade atual. Não sei se permanecem juntos - será que alguma das razões arquitetadas em nossa mente valeram de algum modo? Enfim, no fundo só quero atenção. Sei que ele me dá atenção - mais do que para a própria família, de certa forma - mas como competir com um sentimento nostálgico de liberdade plena? Como posso explicar que eu me sinto mal pra caralho vendo que ele ainda tem aplicativos de sexo no celular e que talvez tenha dado uma olhada neles na noite anterior enquanto eu deitava na cama esperando um beijo atrás do pescoço? Como posso dizer que o brilho nos olhos não perdura eternamente, é preciso manter o desejo aceso, é preciso manter o desejo.

Talvez já tenhas resolvido essa questão também (espero que sim, afinal, metade deste blog são dramas amorosos de um antigo relacionamento de certo modo abusivo). Espero que estejas bem. Se não estiver, escreva, escreva, escreva: sempre acaba ficando melhor.

Foco, ritmo, ação
Foco, ritmo, ação
atenção: entusiasmo


beijos :)

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